quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cultura intercalar

Resumo escrito por FRANZÃO, A. A. e MELO, B.

O plantio de culturas intercalares é viável em pomares de aceroleiras voltadas a exportação, embora esta prática esteja sujeita a algumas restrições. A principal delas diz respeito ao método de irrigação utilizado: a consorciação só é possível quando se adota a irrigação por aspersão ou se for feita no período de chuvas. Nesta época ela pode tornar-se pouco atraente, devido à irregularidade temporal e espacial das precipitações, tal como ocorre, na região Nordeste. O plantio intercalado de aceroleira com outras fruteiras – Principalmente a mangueira – apesar de já ter sido praticado em áreas irrigadas n Nordeste, requer maiores conhecimentos técnicos.
Embora não apresente maiores problemas nos primeiros anos de cultivo, o consórcio entre aceroleiras e mangueiras, pode tornar-se bastante difícil, principalmente depois que as mangueiras iniciam a produção econômica ou quando as copas das fruteiras consorciadas começam a se interceptar. Sérias dificuldades se fazem sentir na tentativa de compatibilizar a irrigação, a adubação e as pulverizações. Estas práticas são especificas de cada cultura e devem ser executadas em épocas predeterminadas, então vai haver uma hora que o produtor terá de eliminar a cultura secundária, para não prejudicar a produtividade da fruteira consorciada considerada principal.
Outro fator que define a espécie da cultura a ser consorciada com a acerola é o sistema de irrigação adotado. Nas irrigações por sulco ou aspersão, as limitações restringem-se apenas às espécies de cultura passíveis de consorciação. Se a irrigação é a localizada, a intercalação de culturas, só pode ser feita entre plantas ao longo da fileira. Porem se o produtor dispuser a movimentar as linhas laterais dos sistemas de irrigação localizada – gotejamento, microaspersão, tubos perfurados, será possível intercalar outras culturas entre as fileiras de aceroleiras.
O alto padrão de qualidade exigida pelo mercado importador de frutas frescas, não é aconselhável a prática da consorciação, já que o produtor de acerola para exportação deve dispensar atenção máxima à obtenção de frutas que atendam aos padrões internacionais de qualidade. Caso isso não aconteça esse produtor terá dificuldades de competir num mercado cada vez mais exigente. Porém, a consorciação deverá ser incentivada durante a fase de formação do pomar de acerola, como uma forma de amortizar ou agilizar o retorno dos investimentos realizados, e a adoção desse sistema poderá ser útil principalmente em pequenas áreas, associando-se a aceroleira com culturas de ciclo curto e tendo em vista, o incremento da renda e da remuneração do fruticultor, bem como o aproveitamento da mão-de-obra familiar.

Fonte: http://www.fruticultura.iciag.ufu.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário