quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Aspectos botânicos, florescimento e frutificação.

Resumo escrito por FRANZÃO, A. A. e MELO, B.

Quando começaram os estudos da classificação botânica da aceroleira de acordo com Simão (1971), causou grande confusão, sendo inicialmente denominadas de Malpighia punicifolia e Malpighia glabra. Informa esse autor que o nome Malpighia, foi dado em honra do fisiologista italiano Marcello Malphigi, um dos pesquisadores que fez uso do microscópio para estudar estruturas animais e vegetais. A classificação da acerola despertou o interesse de taxonomistas de Porto Rico, que chegaram à conclusão que a cereja das Antilhas é uma planta híbrida de Malpighia punicifolia e Malpighia glabra (Simão, 1971).
Em 1753, a acerola foi classificada por Linaeus, citado por Argles (1976), como Malpighia glabra. Poucos anos depois, em 1762, o mesmo botânico deu o nome de Malpighia punicifolia a uma espécie similar ou idêntica.
Ainda de acordo com Argles (1976), o Dictionari of Gardening da Real Sociedade de Horticultura listou separadamente as duas espécies, descrevendo a M. glabra como uma árvore pequena, medindo cerca de cinco metros de altura, e a M. punicifolia (sonômino de M. biflora) como uma arbusto de 2,4metros de altura. Moscoso citado por Argles (1976), informa que em Porto Rico os botânicos preferem designar a aceroleira como Malpighia punicifolia. Alguns sugerem que a Barbados cherry, a acerola cultivada nesse país, pode de fato ser um híbrido das espécies mencionadas.
Asenjo, citado por Alves (1992), informou que novos estudos haviam permitido concluir que Malpighia glabra L. e Malpighia punicifolia L. são sinônimos, embora se apliquem a uma espécie diferente de acerola. Informou por outro lado, que seu nome correto é Malpighia emarginata Dc.
Ruehle, citado por Simão (1971), esclarece que Malpighia glabra L. é um arbusto de tamanho médio, com 2 a 3 metros de altura. Possui ramos densos e espalhados, folhas opostas, com pecíolo curto, ovaladas e elíptico-lanceoladas, medindo entre 2,5 e 7,45 cm. A base e principalmente o ápice das folhas são agudos, de coloração verde-escuro brilhante na superfície superior e verde-pálido na superfície inferior.
O gênero Malpighia inclui cerca de 30 a 40 espécies de arbustos e pequenas árvores, todas elas encontradas em estado nativo nas Antilhas. Em Cuba estão presentes aproximadamente 20 espécies de Malpighia; em Porto Rico existem apenas seis, duas das quais são endêmicas (International Bord Plant GeneticResources, 1986). Ledin (1958) informa que o gênero Malpighia inclui apenas 15 a 20 espécies importantes.
De acordo com Asenjo (1959), há contradição no que respeita à espécie a que pertence a aceroleira cultivada em Porto Rico, uma vez que para muitos botânicos Malpighia punicifolia e Malpighia glabra não são espécies distintas, mas sim formas botânicas diferentes da mesma espécie. Asenjo menciona ainda que segundo Williams, um botânico da Guatemala, a acerola encontrada em Porto Rico é uma forma atípica de Malpighia punicifolia; Ledin (1958) acrescenta que o nome correto é Malpighia glabra. A denominação mais comum em Porto Rico, entretanto, é Malpigia punicifolia.
Uma vez que os pomares de acerola existentes no Brasil são oriundos de Porto Rico, acredita-se que sejam formados, essencialmente, a partir de Malpighia glabra e/ou Malpighia punicifolia. É importante assinalar que em pomares implantados na região do Submédio São Francisco existem plantas glabras que não produzem irritação na pele durante a colheita. Outras, entretanto, causam forte irritação quando em contato com a pele humana, devido à presença de pêlos nas folhas. Esta observação reforça a hipótese da existência, no Submédio São Francisco, de Malpighia glabra e Malpighia punicifolia.

Fonte: http://www.fruticultura.iciag.ufu.br

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